O Julho das Pretas é um movimento de extrema relevância que começou em 2013, inicialmente idealizado pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, na Bahia. Criado com o propósito de promover a visibilidade e a valorização das mulheres negras na sociedade, este movimento nasceu como uma resposta às múltiplas opressões e invisibilidades que as mulheres negras enfrentam diariamente. A data foi escolhida em homenagem ao Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho.

Desde sua criação, o Julho das Pretas cresceu exponencialmente, tornando-se um mês de intensas atividades, debates, manifestações culturais e políticas em diversas partes do Brasil. A cada ano, novas edições são realizadas em diferentes estados, ampliando a rede de participantes e apoiadores. Estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco, e outros têm se destacado com programações robustas que incluem seminários, rodas de conversa, oficinas, manifestações culturais e marchas.

Ao longo dos anos, o Julho das Pretas não só consolidou seu espaço no Brasil, mas também inspirou ações e eventos em outros países, principalmente na América Latina e no Caribe, onde a luta das mulheres negras também encontra forte eco. A proporção que o movimento tomou demonstra a necessidade e a urgência de discutir e enfrentar as questões de raça, gênero e classe.

Um dos pontos altos do Julho das Pretas é a Marcha Nacional das Mulheres Pretas, que ocorre em diversas capitais do país, reunindo milhares de mulheres em um grito uníssono por direitos, igualdade e justiça. Essa marcha é um símbolo de resistência e união, onde mulheres negras de todas as idades e origens se encontram para compartilhar suas histórias, suas lutas e suas esperanças.

Qualquer pessoa pode participar das atividades do Julho das Pretas, independentemente de raça ou gênero, desde que se comprometa a respeitar e apoiar as pautas do movimento. A participação é aberta e encorajada, pois a luta contra o racismo e o machismo estrutural é de responsabilidade coletiva.

Para 2024, o tema escolhido é “Mulheres Negras: Raízes de Resistência, Flores de Esperança.” Este tema busca homenagear a trajetória de resistência histórica das mulheres negras, destacando suas contribuições inestimáveis para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Além disso, o tema enfatiza a necessidade de continuar lutando por um futuro onde todas as mulheres negras possam florescer em plenitude.

O Julho das Pretas é, portanto, mais do que um mês de celebração; é um espaço de construção de conhecimento, fortalecimento de redes e promoção de mudanças sociais profundas. É um momento crucial para refletir sobre a trajetória das mulheres negras e para reafirmar o compromisso com a luta por direitos e igualdade.

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